Os dois filhos da dona de casa Ana Luiza Vasconcelos, 43, sofriam com os sintomas do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). O mais velho, Lorenzo Vasconcelos, 12, não conseguia estudar depois da escola, enrolava para fazer as tarefas e era muito impulsivo. A caçula, Mirela Vasconcelos, 10, era muito brava, se irritava com facilidade e vivia nervosa. Esse cenário só mudou depois que eles fizeram o exame Food Detective, que identifica intolerâncias alimentares.
“Eu já havia começado a eliminar o glúten e o leite. Com o exame, descobri também que eles têm intolerância ao ovo. O Lorenzo tinha uma coceira na garganta e uma alergia nos olhos muito fortes. Depois da nova dieta, nunca mais teve. Ele também está muito mais concentrado. Minha menina, se eu não tivesse passado pela experiência, nem acreditaria: é outra criança, muito mais doce”, comemora a mãe.
Segundo a nutricionista clínica Karin Honorato, que aplica o Food Detective, o exame detecta as chamadas reações tardias, ou sintomas que não correspondem a uma alteração nos exames do paciente.
“Se a pessoa ficar comendo alimentos que seu corpo não aceita muito bem, ela pode, com o tempo, criar vários sintomas ou processos inflamatórios. Os mais perceptíveis são problemas de pele, gastrointestinais, constipação, diarreia, dores, gases, má digestão e fadiga crônica”, explica ela.
O exame é simples: uma gota de sangue extraída do dedo do paciente já basta para indicar intolerâncias a 59 tipos de alimentos e dizer se ela é leve, média ou forte. O resultado demora cerca de cinco dias para sair, e o teste custa em média R$ 600.
Dieta. A partir do resultado do Food Detective, a nutricionista elabora uma dieta específica para as necessidades de cada paciente. “Quando a intolerância é fraca, eliminamos o alimento da dieta por 30 dias. Quando é média, por 60 dias, e quando é forte, por 90. Nesse tempo, vamos tratar o corpo para melhorar a absorção daquele alimento. Depois do tratamento, a pessoa vai poder voltar a consumi-lo, mas não com a mesma frequência de antes”, explica Karin.
Para o nutrólogo Paulo César Giorelli, diretor geral da Associação Brasileira de Nutrologia, o exame é mais uma ferramenta no diagnóstico das intolerâncias, mas só é indicado quando há indícios, e não deve ser utilizado sozinho. “A clínica do paciente é soberana. Quando há elementos que levem a crer existir uma intolerância, o exame é indicado. Do contrário, não há porque fazê-lo”, opina.
Reportagem publicada pelo Jornal “O Tempo”.
Disponível em: http://www.otempo.com.br/interessa/exame-detecta-intoler%C3%A2ncia-a-59-alimentos-e-ajuda-na-dieta-1.1051120