Sabemos que os químicos industriais têm prejudicado o desenvolvimento cerebral de crianças de todo o mundo. Fetos e crianças precocemente expostos aos químicos industriais podem apresentar danos no desenvolvimento cerebral, além de desordens como autismo, transtorno de déficit de atenção e retardo mental, sendo que a exposição a estes químicos durante o desenvolvimento fetal pode causar danos ao cérebro com doses muito mais baixas que no cérebro do adulto.
Os efeitos tóxicos de tais aditivos químicos no desenvolvimento do cérebro humano não são conhecidos. Os dois impedimentos principais na prevenção de desordens no desenvolvimento nervoso são: as grandes lacunas de provas para o desenvolvimento de intoxicação do sistema nervoso e o alto nível de prova necessária para regulamento.
Estratégias que reconheçam a vulnerabilidade do cérebro são necessárias para testar e controlar o uso de aditivos químicos, e nesse aspecto as autoridades europeias saíram na frente proibindo o uso de 6 aditivos químicos em alimentos destinados à crianças, como a tartazina (E102), amarelo quinolina (E104), amarelo pôr-do-sol (E110), carmoisina (E122), Ponceau 4R (E124) e vermelho allura AC (E129). Outro aditivo que também foi associado a malefícios como a hiperatividade foi o benzoato de sódio (E211), um conservante que ainda não sofreu restrições de uso.
Então, temos que ficar de olho nos rótulos dos produtos para evitar ao máximo o excesso do consumo de alimentos industrializados repletos de aditivos químicos enquanto não temos legislações brasileiras que proíbam a adição destas substâncias. Uma dica é olhar os ingredientes dos produtos alimentícios, se tiver muitos nomes “desconhecidos” por lá, é um bom indício que este alimento esteja repleto de aditivos químicos, dentre eles os corantes.
Com isso, as indústrias alimentares têm direcionado o interesse para o uso dos corantes naturais, de origem vegetal, que não causam efeitos tóxicos em nosso organismo: muito pelo contrário, eles contêm compostos bioativos que podem exercer diversos efeitos benéficos em nosso organismo. Dentre eles, podemos destacar a curcumina, extraída da cúrcuma, conferindo cor alaranjada aos alimentos e com atividade anti-inflamatória; o licopeno do tomate, goiaba e melancia, que confere coloração vermelha, e atua também como importante antioxidante; as antocianinas, encontradas na uva, frutas vermelhas e na berinjela, que além de conferirem a coloração azul-avermelhada aos alimentos, apresentam potente atividade antioxidante; além das clorofilas, que são pigmentos verdes muito comuns em legumes e em várias frutas.
Portanto, devemos buscar uma alimentação mais natural, rica em frutas, verduras e legumes, pois, desta forma, além de evitarmos excessos de aditivos, ingerimos vitaminas, minerais e compostos bioativos que irão auxiliar na eliminação dos aditivos que consumimos em outros alimentos.